20090525

Maktub


Neste fim-de-semana conversei com uma amiga sobre as coisas da vida! Um desabafo dela foi pelo namorado... percebi que ela tem uma maneira de ver as coisas algo...grandiosa ou altruista...mas que, para o namorado, ela era egocêntrica... claro que quando se está resolvido com a vida ou quando não se tem medo de errar (ou se se tem medo, mas é-se corajoso) não complicamos a vida nem nos complicam também! Uma pessoa que está sempre a procurar conflitos está em conflito consigo mesmo... mas é chato quando começam a incomodar quem está à volta! Claro que nós, católicos ou religiosos ou pessoas sociáveis, aprendemos a tolerarmo-nos uns aos outros quando as situações assim o obrigam, mas... ninguém é "burro de carga", que tenha que aguentar com os nossos azedumes!

Um pouco para mudar o assunto ela disse-me que eu precisava de "arranjar" alguém que aproveitasse as minhas potencialidades e "puxasse" por mim...não concordei com essa pseudo-qualidade. O que confirmei com a experiência é que a força nunca virá de ninguém, mas sempre do nosso interior! Ninguém me pode motivar, o máximo que pode ajudar é fazer-me rir, dar-me conselhos, ser otimista, dar-me o seu ponto de vista, fazer-me companhia, apoiar-me pra me dar mais confiança, mas eu é que tomarei sempre as minhas decisões, eu é que encontrarei a minha própria motivação.
No fundo tem que ser uma pessoa que saiba partilhar!...
Duas história que partilho também, situações com que todos nos identificámos alguma vez, quase de certeza!...
»Esta é uma história retirada do Maktub, um livro de "apontamentos" de Paulo Coelho.

:: Um burro estava a ser preparado para seguir de viagem com o seu dono. Este era um príncipe e ía ter com a sua amada a sua casa, a uma terra vizinha. Começou a colocar sobre o burro uns tapetes ricamente bordados, depois juntou uns vasos muito ornamentados e cheios de bálsamo perfumado, jóias e vestidos muito elaborados... e o burro ía ficando derreado com o peso. E mais uma coisa, mais outra... e as pernas do burro já sem quase aguentar. Quando se preparavam para iniciar a caminhada, o prícipe lembrou-se de outro presente para a princesa: uma belissima pena de pavão, e ao colocá-lo sobre o burro, este morreu de exaustão...Quando o príncipe apercebe-se do que aconteceu reclamou de que aquele burro era mesmo inútil, pois não aguentou uma pena de pavão.

A conclusão é esta: há pessoas, que por nos acharem permissivas, descarregam e descarregam sobre nós sem se importarem com os prejuizos...essas pessoas não se importam connosco, mas só com elas! ::

»Uma outra que li algures na vida...

::“O dono de um talho foi surpreendido pela entrada de um cão dentro da loja.
Enxotou-o mas o cão voltou logo de seguida.
Novamente ele tentou espantá-lo mas reparou que o cão trazia um bilhete na boca.
Ele agarrou o bilhete e leu:
- Pode mandar-me 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor?
O cão trazia também na boca uma nota de 50 euros.
Ele recebeu o dinheiro, pôs as salsichas e a perna de carneiro num saco e colocou-o na boca do cão.
Este começou a descer a rua e, quando chegou ao cruzamento, colocou o saco no chão, saltou e carregou no botão para o sinal ficar verde.
O talhante ficou realmente impressionado. Como já estava na hora, decidiu fechar a loja e seguir o cão.
Atravessou a rua e caminhou até uma paragem de autocarro, sempre com o talhante a segui-lo.
Esperou, pacientemente com o saco na boca, que o sinal fechasse e pudesse atravessar.
Na paragem, o cão olhou para o painel dos horários e sentou-se no banco, esperando o autocarro.
Quando chegou um autocarro, o cão dirigiu-se à frente do mesmo para confirmar o número e voltou para o seu lugar.
Chegou outro autocarro e ele tornou a olhar, viu que aquele era o número certo e entrou.
O talhante, boquiaberto, continuou a seguir o cão. Mais adiante o cão levantou-se, ficou em pé nas patas traseiras e carregou no botão para mandar parar o autocarro, isto tudo sempre com as compras na boca.
O talhante e o cão caminhavam pela rua quando o cão parou à porta duma casa e pôs as compras no passeio.
Então virou-se um pouco, correu e atirou-se contra a porta. Tornou a fazer o mesmo mas ninguém respondeu.
Então contornou a casa, saltou um muro baixo, foi até à janela e começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes.
Voltou para a porta e, de repente, um tipo enorme abriu a porta e começou a espancar o bicho.
O talhante correu até ao homem e impediu-o dizendo:
-Deus do céu! Oh homem, o que é que está a fazer? O seu cão é um génio!
O homem respondeu:
-Um génio??? Esta já é a segunda vez, nesta semana, que este cão estúpido se esquece da chave!

Conclusão: Podes continuar a exceder as expectativas, mas… o teu valor, depende sempre da competência de quem te avalia!

Obs: Maktub: "estava escrito”. Uma espécie de conformação, típica da religião muçulmana, com aquilo que nos está destinado, como se ao nascer tivéssemos já delineada toda a nossa vida e não sejamos mais do que peões que se movem de acordo com o previamente estipulado.

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